segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

46

Mp3 ligado. Música no último volume. Era só mais uma ida para o centro de Niterói.  A “viagem” seguia calma e tranquila. A bordo do 46, sem muito conforto só vendo tudo passar. Nada parece chamar a atenção. De ponto em ponto todo mundo desce, todo mundo sobe. Não há tempo para devaneios. É melhor se apressar, o 46 não costuma esperar.
Olho ao redor. Vejo vultos, vejo pessoas?  Todos cansados, todos exaustos. Não há como diferenciar quem é quem. É melhor se apressar, o 46 já vai passar.
Tic tac, o relógio não para de resmungar. Eu já vou me atrasar, ainda falta muito chão para andar, será que vai dar? E melhor eu me acalmar, o 46 não costuma falhar.
                                                                                                           
Quem ficou para trás, é melhor esperar. O  46 costuma demorar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E o Rio continua lindo...

 “Era uma vez uma cidade de belezas mil, com um povo de alegria sem fim. Esse povo vivia em harmonia, nada tirava sua paz. Até que então...”.

Vivemos um quadro crítico. Não há mais condições para que um cidadão possa conduzir sua vida normalmente. O Estado pouco faz. Faltam ações sociais que possibilitem uma maior interação entre o poder público e a população. Esse “espaço vazio” criado pela ausência do Estado nas comunidades cariocas faz com que o crime organizado-que de organizado não tem nada- ganhe espaço.
Devido às precárias condições de vida encontradas nas comunidades carentes do Rio de Janeiro, jovens que deveriam estar cursando a escola, ingressam na vida do crime. Infelizmente, muitos desses, nem mesmo, atingem a maioridade. Essa escolha de entrar no submundo do tráfico é revestida, com um misto de esperança e busca por poder.
Enquanto, nas favelas cariocas, esse quadro cíclico e diário não se cansa de repetir, o Estado, milagrosamente, pensa numa forma de acabar com esse transtorno para a alta sociedade carioca. A grande cúpula se reúne. Pronto, já está decidido, a ordem agora é: tirar os traficantes de suas favelas e “pacificar” o povo que ali restou.
“Até que, então, bárbaros, erguendo suas armas, travam uma batalha sem um fim prévio. Um verdadeiro duelo de Titãs: de um lado a criatura, e do outro o criador. E ainda assim o Rio continua lindo...”.


Dedicatória :  Pequena

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A República das Marionetes

Mídia: conjunto de veículos responsáveis pela disseminação da informação perante a sociedade. Está responsabilidade infelizmente nem sempre é cumprida de forma correta. Muitas vezes os interesses de terceiros acabam prejudicando a qualidade da informação.

A imparcialidade deveria ser a base dos meios de comunicação. Entretanto não é isso que ocorre. A mídia acaba agindo como agente manipulador na medida em que, explicita seu ponto de vista - ou nas entrelinhas - fazendo com que a informação seja tendenciosa. Podemos citar como exemplo as disputas eleitorais, nas quais, a mídia acaba favorecendo determinados candidatos, conforme seus interesses.

No entanto, seria utópico imaginar os veículos informacionais sem que houvesse qualquer forma de tendenciosidade. A partir, do momento em que o homem se coloca na posição de escrever, ele está sujeito a manifestar sua opinião. A parcialidade é inerente ao ser humano.

Sendo assim, percebemos que as informações veiculadas em todos os meios de comunicação são inevitavelmente parciais. Devido a este quadro, a sociedade deve buscar o máximo de informações possíveis dos mais variados meios de comunicação, pois, assim o cidadão poderá construir um senso crítico, baseado na interpretação dos diversos pontos de vista apresentados. Só assim deixaremos de ser a República das Marionetes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Capitalismo - A fómula para o sucesso

Capitalismo: modelo político e socioeconômico vigente na maior parte do globo, que visa o lucro dos controladores dos meios de produção. A perpetuação desse sistema traz consigo diversos problemas, os quais podemos citar a destruição de ecossistemas inteiros objetivando a produção de matérias primas para atender a lógica de mercado, a péssima distribuição de renda e a exploração da mão de obra.
A geração de capital excedente-dentro do capitalismo- é baseada na submissão dos trabalhadores que se dá de diferentes formas. Além de baixíssimos salários, há uma excessiva cobrança por parte do empresariado, o que gera em muitos casos a exploração da mão de obra. O lucro proveniente dessas práticas é convertido exclusivamente para o uso dos controladores dos meios de produção, configurando assim aquilo que chamamos de concentração de renda.
Esse quadro instalado é fruto de uma sociedade obcecada no lucro, sempre tendo como objetivo a autopromoção. A concentração de renda nada mais é do que o reflexo de um comportamento egoísta proveniente de uma sociedade consumista, onde o capitalismo se configura como o grande pilar desta estrutura. Porém, não são só os homens que sofrem com o sistema.
Para atender a demanda do mercado os grandes e pequenos empresários acabam desrespeitando o meio ambiente. A destruição do ecossistema é praticamente inerente ao modelo econômico capitalista, pois para que haja o lucro tem que se produzir “mais e mais” e para que isso ocorra nada pode se tornar um obstáculo. E se assim é, se houver uma, duas ou milhares de árvores no caminho, que essas caiam por terra.
Percebemos assim, a perniciosidade de tal modelo, que garante a manutenção de um pequeno grupo de privilegiados no “poder”, sem permitir a ascensão dos grupos marginalizados. O ensino numa sociedade capitalista parece ser um pouco “direcionado”. Os alunos -já inseridos na lógica- não aprendem conceitos básicos, apenas gravam uma simples equação matemática: x - y = w; onde o x é a receita, y é o custo e o w é o lucro. Basta seguir essa fórmula para alcançar o sucesso neste mundo onde o capital move tudo.  

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

“Tiririca é 2222! Pior que tá não fica!”

Não sei enquanto a vocês, mas ao ligar a televisão em pleno horário eleitoral, tenho certeza de que literalmente a política no Brasil não é levada a sério.

Ao invés de propostas de intervenções, vemos a exibições de “candidatos”- pelo menos é o que eles dizem- que me parecem muito mais com palhaços. Palhaços estes que fazem questão de esfregar na cara do brasileiro o quanto ele é ignorante. Pois não há outra explicação para tais campanhas, é muita audácia da parte deles subestimarem o povo brasileiro.

Infelizmente o povo gosta de ser feito de bobo. Reza a crença de que o Congresso Nacional já não é apenas aonde se decide o futuro da nação. Lá se instalou o mais novo picadeiro do Brasil, onde há shows todos os dias. Bom eu já vou comprando meu bilhete, não quero perder apresentações como as de Tiririca e Romário. Garanta já o seu.



ELEITOR PALHAÇO!

sábado, 11 de setembro de 2010

"Um salgado e um guaravita. Por favor!"

Voltando para casa de ônibus (morto de fome), reparei pela janela a quantidade de bares, lanchonetes, padarias e congêneres. A partir desta percepção comecei a refletir sobre a questão da “fome”.

Esta mazela, não se perpetua por falta de alimentos, e sim pela sua má distribuição. A fome e reflexo direto
dá péssima distribuição da riqueza. Os mais abastados gozam da fartura de alimentos, enquanto que a parcela mais necessitada da população- a maior parte - sente na pele o drama da fome. Pseudos-intelectuais afirmam que a população é grande demais e não há alimentos suficientes para todos (malthusianos).

Thomas Malthus acreditava que a população crescia em progressão geométrica enquanto que a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. No entanto Malthus não cogitou a modernização agrícola, que fez com que a produção aumentasse (absurdamente), tornando sua afirmação falaciosa.

Sendo assim a questão da fome vai muito além da razão entre “população/alimentos”. A profunda desigualdade, os processos longínquos (colonialismo, neocolonialismo) e os conflitos armados, são alguns dos motivos para tal quadro. É. Precisa-se de mudança urgentemente.